SEU COMPUTADOR ESTÁ MUITO LENTO? TENTE ISTO.

Com a ajuda do Activity Monitor, app incluído em todo Mac, podemos monitorar processos realizados pela máquina.

A Produção Musical é uma atividade que pode requerer muito esforço de qualquer computador. A quantidade de canais, plugins utilizados e, em especial, uma baixa latência exigida da interface de áudio afetam a quantidade de trabalho exigida do conjunto processador, memória RAM e disco rígido. Nos atuais dias, o valor dos SSD (Solid State Drives) tem caído bastante em relação a uma época não muito distante onde ter um SSD, nem que fosse apenas dedicado para o sistema operacional da máquina, era luxo. Sessões de DAW com muitos canais, vão exigir obviamente uma mídia de armazenamento com uma rápida performance de escrita/leitura e antigamente, delegávamos tal função a discos rígidos com rotação de 7200 RPM, que possuem resposta de escrita/leitura mais rápida do que discos de 5400 RPM (embora alguns discos de 5400 RPM modernos podem oferecer velocidades superiores a discos 7200 RPM antigos), mas para nosso bem os SSD chegaram para todos e ganhamos em velocidade e durabilidade, especialmente em sistemas portáteis como laptops, que são jogados em uma mochila e sacudidos sem cuidado algum. Tal feito pode ser uma ameaça fatal para discos rígidos convencionais, pois estes possuem partes móveis que são facilmente danificadas por impactos mecânicos como um tombo ou coisa parecida. Os SSD's são um tanto mais resistentes a tais impactos e isto é um ponto muito positivo, especialmente hoje, onde laptops modernos possuem um poder de processamento mais do que suficiente para lidar com os processos de produção musical, desde a captação à masterização, na maioria dos casos. Porém, mesmo dotados de máquinas satisfatoriamente capazes, problemas como o mostrado na figura acima nos sucedem e nos deixam frustrados, fazendo pensar que somos alvo de estratégias consumistas dos fabricantes, que intencionalmente, ao modernizarem seus sistemas operacionais (OS), os fazem mais "pesados" ou otimizados apenas para as suas máquinas mais recentes, oferecendo aos donos de máquinas antigas e adotantes de um novo OS uma perda significativa de performance a cada nova atualização de OS. Recentemente, a Apple foi condenada pela justiça estadounidense por intencionalmente fazer com que os dispositivos de seus usuários ficassem mais lentos a cada atualização de OS. E tiveram que confessar a tramóia em público. Então podemos concluir que pode, sim, haver uma má intenção do fabricante nessa equação, mas também pode haver uma parte que é responsabilidade do usuário e hoje quero compartilhar uma dica que pode livrar muitos de nossos leitores de um apuro recorrente que enfrento, mas de (quase) fácil solução.

O problema é mostrado na figura acima, onde o processo chamado 'kernel_task' consume grande porcentagem do processamento total da máquina e pode revelar uma limitação (proteção) térmica do processador. Tal fato pode ser notado quando o computador é submetido a um grande esforço de processamento, típico em sessões de renderização de vídeo, mixagem ou gravação de áudio com muitos plugins em uma densa sessão na sua DAW, por exemplo. Devido a tal situação, o sistema limitará a capacidade do processador para evitar superaquecimento do mesmo, provavelmente causado pela falta de refrigeração adequada causada pela alta temperatura ambiente (laptops funcionando debaixo do sol também sofrem desse mesmo mal) ou pelo simples acúmulo de... poeira.

O interior de alguns MacBook Pros onde vemos o acúmulo de poeira nos dutos de refrigeração. Sintoma? Ventoinhas disparando toda hora e computador ficando lento sempre que alguma tarefa mais desafiadora é exigida. A moeda na última figura é para efeito de comparação do tamanho dos tufos de poeira retirados da minha máquina.

E foi exatamente o que me ocorreu há algumas semanas atrás, quando eu tentava realizar uma mixagem numa sessão no Pro Tools 2021 que não tinha uma grande quantidade de plugins, mas o computador se recusava a realizar a tarefa e mensagens de erro apareciam na tela, indicando que a máquina estava sem poder de processamento para prosseguir com o trabalho. Tentei aumentar o valor do 'Buffer Size' no 'Playback Engine' da minha DAW para o valor máximo (tentativa que diminui o trabalho exigido do processador em troca de uma maior latência no áudio e é uma situação aceitável quando estamos mixando, mas indesejável quando estamos gravando, pois o músico se ouviria com um enorme retardo e não conseguira tocar/cantar junto com a banda), mas mesmo assim o medidor de utilização da CPU, exibido na janela 'System Usage' do Pro Tools, continuava a picar no valor máximo, interrompendo o playback da mix. Na mesma hora, eu soube que era o momento de parar, visitar o site ifixit.com encontrar um tutorial de como abrir o meu Macbook Pro, verificar se eu tinha as ferramentas adequadas para a tarefa e meter a mão na massa, digo, poeira. Se você não tem experiência com esta tarefa, sugiro deixar esta tarefa para um técnico especializado, especialmente quando violação de garantia está em jogo. Este não era o meu caso, e com as ferramentas à mão, alguns minutos depois e algumas pinceladas aqui e ali, tufos de poeira que bloqueavam os dutos de refrigeração do processador foram retirados e, pronto, a máquina estava de volta ao combate. A ventoinha não era mais ativada e o 'kernel_task' mostrado no Activity Monitor voltou para sua casinha, com o rabo entre as patas junto com os planos de comprar um Mac novo, pois estes foram adiados para depois de umas férias bem merecidas, cujos planos começaram hoje com a compra de dois ingressos para ver o Toto! (risos) O Mac novo vai ter que esperar, pois Steve Lukather não espera por ninguém, parceiro!

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De Jerusalém,

Tairo Arrabal

(Enginear Audio Solutions)